segunda-feira, 9 de março de 2009

Aula de Ostologia 09/03 (Morfologia)

Osteologia
Número de Ossos(206)

n idade: decrescente

n fatores individuais: supranumerários

n critérios de contagem: ouvido
Esqueleto
Funções do Esqueleto
n Proteção
n Sustentação
n Armazenamento de ions de Cálcio e Potássio
n Sistema de alavanca para os músculos
n Hematopoiese


Tipos de Esqueleto
n Exoesqueleto

Ossos
Tipos de Ossos
n Compacto
Osso Compacto (Histologia)
Tipos de Ossos
n Esponjoso
Osso Esponjoso (Histologia)
Tipos de Ossos
Tipos de Ossos
n Diploe
Díploe
Divisões do Esqueleto
n Esqueleto Axial
n Cabeça
n Pescoço
n Tórax e Coluna Vertebral
n Esqueleto Apendicular
n Membros Superiores
n Membros Inferiores
n Cintura Pélvica e Escapular
Divisão do Esqueleto
Esqueleto Axial
Crânio
Vértebras
Costela e Esterno
Esqueleto Apendicular
Cintura Escapular
Cintura Pélvica
Conceitos
n Distal

n Proximal
Classificação
n Topográfica
– Axial
– Apendicular
n Morfológica
– Forma
Classificação Morfológica
n Ossos Longos
– comprimento > largura e espessura
Osso Longo
Linha Epifisária
Classificação Morfológica
n Ossos Alongados
– Semelhante aos Ossos Longos
– não possuem medula óssea
Classificação Morfológica
n Ossos Curtos
– comprimento @ espessura @ largura
Classificação Morfológica
n Ossos Laminares ou Planos
– comprimento / largura > espessura
Classificação Morfológica
n Ossos Irregulares
– Sem padrão de forma
Classificação Morfológica
n Ossos Pneumáticos*
– Cavidades com ar (seios)
Classificação Morfológica
n Ossos Sesamóides*
– Tendões ou cápsulas
Classificação Morfológica
n Ossos Supranumerários*
Crescimento Ósseo

n interno: secreção das glândulas

n externo: influências alimentares vitaminas: A - crescimento D - rigidez (raquitismo)
Periósteo
n Camada Superficial


n Camada Profunda
Vascularização
n Arterial
– Nutridoras, buracos nutrícios, osso esponjoso
– Periósteas: externo, perióstio
n Venoso
– Satélites e homonimas
– Canais da diploe
n Linfáticas
Inervação
n Satélites da artéria nutridora e periósteas, são sensitivos e simpáticos



Mediastinite
Seios da Face
Sinusite
Osteoporose

quarta-feira, 4 de março de 2009

AULAS DE MORFOLOGIA 16/02 (CORTES)

PLANO FRONTAL CORONARIO SECÇÃO MEDIANA/PLANO TRANSVERSAL



SECÇÃO SARGITAL MEDIANO





FORMATO DE SECÇÃO

AULA MORFOLOGIA 02/03 (microscópio)

MICROSCÓPIO
MICROSCÓPIO
• Invenção do microscópio óptico:
Hans e Zacharias Janssen na Holanda – 1.600.

• Usado:
Robert Hooke e por Antoni van Leeuwenhoek Excelentes contribuições:
Biologia e Zoologia.

MICROSCÓPIO
Microscópio de Hans e Zacharias Janssen

MICROSCÓPIO
ROTEIRO PARA MICROSCÓPIO
• Para melhores resultados:
seguir os seguintes passos:
– Antes de ligar o aparelho, verificar se o controle de iluminação está no zero e se a objetiva de menor aumento (4X) está em posição. Se não estiver, coloque.
– Ligue o M.O. Abaixe a platina. Coloque a lâmina na platina com a lamínula voltada para cima. Prenda a lâmina com presilhas e faça coincidir o centro da preparação com o centro do orifício da platina.

ROTEIRO PARA MICROSCÓPIO
– Gire o parafuso MACROMÉTRICO até encontrar o foco. Ajuste-o utilizando o parafuso MICROMÉTRICO. Ajuste a iluminação.
– Para passar para o aumento seguinte (40X) proceda como o item anterior.
– Ao terminar sua prática, desligue o microscópio, tendo o cuidado de deixar posicionada a objetiva menor e o controle de iluminação em zero. Cubra-o.

ROTEIRO PARA MICROSCÓPIO
• Não esfregar pano ou lenço de papel sobre as lentes empoeiradas. As partículas de pó podem arranhar as lentes. Assoprar o pó das lentes antes de passar o papel.
• Segurar o M.O somente pelo braço, nunca pelo tubo ou platina. Nunca transportá-lo pela sala.

CAUSA DE MAUS RESULTADOS:
• Na iluminação: diafragma fechado
• Na focalização:
– objetiva fora de lugar
– lentes oculares ou objetivas sujas (principalmente 40X)
– preparado mal centrado
– lâmina ao contrário
– lamínula suja
ROTEIRO PARA MICROSCÓPIO
• Por imagens estranhas:
Corpúsculos de poeira:
– na ocular (movimentam-se quando se gira a ocular)
– na objetiva (persistem mesmo observando sem preparados)
– na lamínula (movimentam-se quando se desloca o preparado, e estão em plano diferente do objeto)

A CÉLULA
• Definição de célula:
– unidade básica, estrutural e funcional de toda matéria viva...




ORGANIZAÇÃO DA CÉLULA
MEMBRANA PLASMÁTICA
• A membrana é o limite fluido, dinâmico, que compreende lipídeos bilaminados
– 8-10nm de espessura, com proteínas estendendo-se através de ambas as camadas, ou ligadas às superfícies interna e externa.
– O lípide define a forma da membrana, sendo capaz de deformações e liberação, evitando que os componentes solúveis em água escapem da célula.
NÚCLEO
• Papel central, comando:
– Expressão dos genes.
– Hereditariedade.
– Divisão celular.

• Contem DNA.
CITOPLASMA
• Quatro componentes:

– Citosol - matriz em gel, no qual todas as demais estruturas estão suspensas.
– Organelas – esrtutura.
– Inclusões - metabolicamente inertes
– Citoesqueleto - esqueleto estrutural e vias de transporte interno.

TECIDOS
• Conceito:

– tecido é um conjunto de células…


TECIDOS
• Classificação:

– Tecido epitelial
– Tecido conjuntivo
– Tecido muscular
– Tecido nervoso
TECIDO EPITELIAL
• Revestem as superficies externas do corpo, as cavidades internas, fechadas e os tubos que se comunicam com o exterior.
• Forma também a área secretora de glândulas e seus ductos, bem como de receptor para certos orgãos sensoriais.

TECIDO CONJUNTIVO
• Há diversos tipos celulares separados por abundante material extracelular
– fibras
• colágenas
• reticulares
• elásticas.

FIBRAS COLAGENAS
• Mais freqüentes.

• No estado fresco são brancas.
– A cor branca dos tendões deve-se a sua riqueza em colágeno.
TECIDO MUSCULAR
• Fazem parte da constituição dos músculos…

– liso: visceras
– cardiaco: coração
– esquelético estriado: membros
TECIDO NERVOSO
• Fazem parte da constituição dos nervos…

– Conjunto de neurônios (célula nervosa) e neuróglia (células de sustentação e nutrição)…

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

aula 17/02 Potenciais (fisiologia)

POTENCIAIS:

Potencial de repouso da membrana nervosa:
Ocorre quando não se tem sinais nervosos transmitidos, tendo um valor de cerca de -90mV então meio intracelular é negativo em sua região adjacente a membrana. No meio intra-celular tem-se uma maior concentração de potássio k+ ,em relação ao sódio Na+que possui uma maior concentração em meio extra-celular.
Potencial de ação:
Os impulsos nervosos são transmitidos através de potencial de ação, que é uma rápida variação do potencial de repouso, ou seja, do potencial de negativo para o potencial de positivo com um rápido retorno para o potencial de repouso negativo, a membrana muda sua polaridade e depois volta ao normal.
No geral o potencial de ação vai de -70 a -90mV, indo até +10 a +30mV, em fibras nervosas e musculares e de -40 a –60mV até +40mV em m.liso e cardíaco, onde ocorre o efeito platô que será explicado mais à frente.

Bomba de Na+ / K+ :
Estão presentes em todos os tecidos, sendo uma bomba eletrogênica, ou seja, gerando uma diferença de potencial entre a parte intra e extra-celular.È uma bomba auto reguladora Ex: quanto mais íon sódio houver dentro da célula mais rápido ela ira bombear o mesmo para fora e ao mesmo tempo ira bombear o íon potássio para dentro da célula.

Canal de vazamento:

Existe em todas a s células, não gastando ATP, pois transporta íons a favor do gradiente de concentração, este canal jamais se fecha sendo em media 100x mais permeável ao potássio que para o sódio.

Estímulos limares e sub-limiares:
Estímulos limiares:
Ocorre quando a célula atinge o limiar de excitação, ocorrendo inversão da polaridade da membrana plasmática ocorrendo o potencial de ação que se propagara ao longo de toda membrana.
Estímulos sub-limiares:
O nosso organismo recebe muito mais estímulos do que é capaz de codificar, e esses estímulos não codificados são chamados de sub-limiares.Como o próprio nome sugere o limiar de excitação da célula não chega a ocorrer, não ocorrendo inversão de polaridade, a membrana não e despolarizada não ocorrendo o potencial de ação.
Fases do potencial de ação:
Repouso: é o potencial de repouso da membrana que se encontra polarizada, ou seja -90mV.
Despolarização: aumento da permeabilidade da membrana ao íon sódio através da abertura dos canais de sódio voltagem dependentes e o influxo de sódio para dentro da célula.
Repolarização: diminuição da permeabilidade da membrana ao íon sódio e aumento da permeabilidade ao íon potássio, isso ocorre, pois os canais de sódio voltagem dependentes começam a fechar e os canais de potássio voltagem dependentes começam a abrir, com o conseqüente efluxo de potássio.
Hiperpolarização: não ocorre em todas as células, ocorrendo quando os canais de potássio voltagem dependentes ficam abertos mais tempo que o normal.
5. Mecanismos iônicos do potencial de ação:
· Canais de sódio voltagem dependentes:
Este canal se abre rapidamente quando a voltagem é alterada, aumentando a permeabilidade do sódio de 500 a 5000 vezes.A comporta de ativação se abre muito mais rapidamente que a comporta de inativação se fecha e o sódio que entra é suficiente para inverter a polaridade.

Canais de potássio voltagem dependentes:
Como o anterior também responde a um estimulo limiar, sua comporta de ativação que é lenta começa a se abrir no momento em que a comporta de inativação dos canais de sódio voltagem dependentes começa a se fechar.

Canais lentos de cálcio ou cálcio voltagem dependente:
É abundante em m.liso e cardíaco, respondem também a um estimulo limiar, é mais lento que o canal de sódio voltagem dependente apresentando permeabilidade ao sódio e ao cálcio.
6. Efeito platô:
Ocorre quando a membrana não repolariza imediatamente após a despolarização, o platô prolonga muito a despolarização, e a repolarização só começa alguns milisegundos após o normal.
Platô ocorre porque?Em músculo liso e cardíaco.
- Devido à vagarosa abertura dos canais de cálcio voltagem dependente que permitem o influxo de íons sódio e cálcio para o meio intracelular o que prolonga a despolarização por alguns milisegundos.
- Os canais de potássio voltagem dependentes apresentam uma lentidão incomum em sua abertura, abrindo somente ao final do platô.Porem quando totalmente abertos à voltagem volta rapidamente em direção ao potencial de repouso devido ao efluxo de potássio.



7. Restabelecendo o gradiente iônico:
Ocorre devido à ação da bomba de sódio-potássio, que tem um aumento da atividade quando ocorre o excesso de sódio no citoplasma, o bombeamento aumenta em proporção direta ao cubo da concentração iônica de sódio.
8. Tetânia:
Aparentemente o cálcio pode se ligar à proteína, que é canal de canal de sódio voltagem dependente, alterando seu nível de voltagem necessária para a ativação do canal, devido à carga elétrica desse íon.Então com uma variação da concentração de cálcio de cerca de um déficit de 50% de cálcio, o que é uma alteração pequena da voltagem, aumenta-se à quantidade de sódio na célula, deixando-a muito excitável.Com isso a célula descarrega algumas vezes, rapidamente ao invés de permanecer em repouso.Tetanização: ocorre à medida que a freqüência de estímulos aumenta, chega um ponto onde cada novo impulso, ou seja, potencial de ação começa antes do termino do anterior, quando a freqüência chega a um nível critico onde as contrações são tão rápidas que se fundem, tem-se o fenômeno da tetanização.
9. Período refratário absoluto:
É o período em que o novo potencial de ação não pode ocorrer em fibra excitável, enquanto a membrana estiver despolarizada pelo potencial de ação anterior, isso ocorre, pois os canais de sódio voltagem dependente ou cálcio ou ambos ainda estão abertos pelo potencial de ação, independente da força do estimulo.
10. Período refratário relativo:
Ocorre logo após o período refratário absoluto e durante este período um estimulo mais forte que o normal pode excitar a fibra, isso ocorre por dois motivos:
Durante este período muitos canais ainda não reverteram seu estado de inatividade.
Os canais de potássio estão totalmente abertos causando o fluxo excessivo de cargas para fora da fibra opondo-se ao estimulo.
11. Propagação do potencial de ação:
Ocorre através de correntes locais que despolarizam a membrana adjacente, indo para os dois lados da membrana esse processo é conhecido como impulso nervoso ou muscular.
· Condução saltatória: nas fibras mielínicas de nodo a nodo.
Os íons não podem fluir através da bainha de mielina, mas fluem com facilidade através dos nodos, portanto os potenciais de ação que fluem de nodo a nodo possuem uma velocidade maior e menos gasto de energia do que em fibras amielínicas.
- Fibras mielínicas velocidade de 100m/s.
- Fibras amielínicas velocidade de 0,25m/s.

aula 17/02 membranas (fisiologia)

Membrana e Permeabilidade Celular
A membrana separa a célula do ambiente
Uma célula tem composição química diferente da do ambiente que a rodeia. Tomemos o caso de uma ameba que vive na água de uma lagoa: algumas substancias típicas da ameba, como açucares proteínas e ácidos nucléicos, não se encontram na água da lagoa. No entanto, existem algumas substancias idênticas na ameba e no liquido em que ela vive como, por exemplo, íons de sódio, potássio e magnésio. Mesmo assim, essas substancias estão em concentrações muito diferentes dentro e fora da célula. Quais fatores fazem à ameba manter sua individualidade e continuar claramente diferente em relação ao meio externo, quanto à composição? A resposta é simples: envolvendo a célula amebiana, existe um “envelope especial”, a membrana plasmática, encarregado de regular às trocas de substâncias entre a ameba e o meio. É como se a membrana estivesse constantemente tomando decisões sobre o que deve entrar e o que deve sair. Diz-se que a membrana plasmática tem permeabilidade seletiva.
Estrutura e Composição da Membrana Celular
As moléculas lipídicas constituem 50% da massa da maioria das membranas de células animais, sendo o restante, constituído de proteínas. As moléculas lipídicas são anfipáticas, pois possuem uma extremidade hidrofílica ou polar (solúvel em meio aquoso) e uma extremidade hidrofóbica ou não-polar (insolúvel em água).
Os três principais grupos de lipídios da membrana são os fosfolipídios, o colesterol e os glicolipídios. Os fosfolipídios possuem uma cabeça polar e duas caudas de hidrocarboneto hidrofóbicas (característica que confere a dupla camada lipídicas). As caudas são normalmente ácidos graxos com diferenças no comprimento, o que influi na fluidez da membrana. As moléculas de colesterol aumentam as propriedades de permeabilidade das duplas camadas lipídicas. Ela torna a bicamada lipídica menos sujeita a deformações, e assim, diminui a permeabilidade da membrana. Os glicolipídeos auxiliam na proteção da membrana plasmática em condições adversas, como pH baixo. Sua presença altera o campo elétrico através da membrana e das concentrações dos íons na superfície da membrana. Acredita-se que essas moléculas participem dos processos de reconhecimento celular, e alguns glicolipídeos propiciam pontos de entrada para algumas toxinas bacterianas. A membrana plasmática não é uma estrutura estática, os lipídios movem-se proporcionando uma fluidez à membrana. Os lipídios podem girar em torno de seu próprio eixo, podem difundir-se lateralmente na monocamada, migrar de uma monocamada para outra (flip-flop) que acontece raramente, e movimentos de flexão por causa das cadeias de hidrocarbonetos. A fluidez da membrana plasmática depende também da temperatura e da quantidade de colesterol, pois quanto maior a temperatura e maior quantidade de colesterol, a membrana é menos fluida.
Proteínas da Membrana
As proteínas de desempenham a maioria das funções específicas das membranas. São elas que conferem as propriedades funcionais características de cada tipo de membrana. As proteínas de membrana podem ser: Proteínas transmembrana: atravessam a bicamada lipídica e são anfipáticas. Elas podem atravessar a membrana uma única vez (proteína transmembrana de passagem única) ou então atravessando várias vezes a membrana (proteína transmembrana multipassagem). As proteínas transmembrana podem ser em a hélice ou arranjados como barris b (figura abaixo). Podem ter a função de transportar íons, funcionar como receptores ou como enzimas. A grande maioria das proteínas de membrana multipassagem das células eucarióticas e da membrana bacteriana é formada por a hélices transmembrana, enquanto as barris b se restringem principalmente às membranas externas das bactérias, das mitocôndrias e dos cloroplastos. Proteínas periféricas: se prende a superfície interna e externa da membrana plasmática através de vários mecanismos. Estudos realizados com eritrócitos (células vermelhas do sangue) revelaram que a maioria das proteínas periférica ligada à membrana dos eritrócitos, ligada ao lado citozóico da bicamada lipídica é a espectrina, uma proteína longa, fina, em forma de bastão, sendo o principal componente do citoesqueleto subjacente à membrana, mantendo a integridade estrutural e a forma bicôncava desta célula. A glicoforina é uma glicoproteína transmembrana dos eritrócitos, de passagem única com a maior parte de sua massa na superfície externa da membrana. Sua função ainda é desconhecida. A proteína banda 3 é uma proteína multipassagem que tem a importante função de transportar O2 dos pulmões para os tecidos e auxiliar o transporte de CO2 dos tecidos para os pulmões. O CO2 é transportado no plasma sanguíneo como bicarbonato (HCO3-), a proteína banda 3 atua como transportador de ânions que permite que o HCO3- atravesse a membrana em troca do Cl-. As proteínas de membrana estão geralmente associadas a carboidratos, que são encontrados como cadeias de oligossacarídeos ligadas covalentemente às proteínas (glicoproteínas) e a lipídeos (glicolipídeos), ou como cadeias de polissacarídeos de moléculas de proteoglicanas. O glicocálice é uma zona onde se encontra vários desses carboidratos na superfície da membrana. Trocas entre Célula e Ambiente As células trocam material com o meio através de dois processos fundamentais: ou a substancia atravessa a membrana plasmática, ou ela é envolvida, englobada por ela.
Tipos de Troca Entre a Célula e o Ambiente

Processo
características
Tipo de Material transportado
Por passagem Através da Membrana Plasmática
Processos passivos
Difusão simples (incluindo Osmose)
Condição: existir um gradiente de concentrações. A célula não consome energia.
Gases da respiração e da fotossíntese (O2 e CO2), água e moléculas orgânicas pequenas.
Difusão facilitada
Condição: existir um gradiente de concentrações e um transportador de membrana protéica. A célula não consome energia.
Açúcares simples (monossacarídeos) e aminoácidos.
Transporte Ativo
Condição: existir um transportador de membrana. A célula consome energia.
Monossacarídeos, aminoácidos e íons diversos (Na+, K+, etc.).
Por Engloba mento pela Membrana Plasmática
Pinocitose
Forma-se um vacúolo alimentar. A célula consome energia.
Partículas liquidas pequenas (gotículas de óleo, macromoléculas).
Fagocitose
Forma-se um vacúolo alimentar. A célula consome energia.
Partículas sólidas, grandes (restos celulares ou células inteiras).

Transporte Ativo e Passivo
A bicamada lipídica serve como barreira, permitindo que a célula mantenha as concentrações de solutos no citosol, que são diferentes do meio extracelular. Para isso, a membrana desenvolveu mecanismos de transporte (proteínas carregadoras e de canal), ou tornando-se permeável em favor do gradiente de concentração.O transporte passivo ou difusão facilitada ocorre quando as proteínas de transporte (canal) operam para importar moléculas específicas para dentro da célula, orientadas somente por um gradiente de concentração. A difusão pode ocorrer tanto em meios líquidos ou gasosos, em que as moléculas se movimentam umas em relação às outras. Assim, um perfume pode se difundir no ar de uma sala de aula; uma colher de açúcar se difunde em um copo de água; o oxigênio, assim como o gás carbônico, se difunde na água de um aquário. Em todos esses casos, há uma regra geral: Na difusão, as partículas tendem a se mover do local de maior concentração para o de menor concentração, até que as concentrações se igualem. Um exemplo prático é colocar bacalhau ou carne seca na água algumas horas antes de cozinhá-lo, grande parte do sal contido neles irá difundir-se, deslocando na água e diminuindo a concentração de sal da carne.
Difusão nas células
O fenômeno de difusão pode tanto ocorrer no interior das células quanto entre a célula e o meio. No interior de uma célula, varias substancias são constantemente consumidas e outras, são produzidas. Assim por exemplo, as mitocôndrias produzem CO2, isso faz com que a taxa desse gás no interior da mitocôndria seja sempre mais alta que nas outras partes da célula. Dessa forma, o CO2 tende a se espalhar da mitocôndria para o restante da célula. O caso do oxigênio é o inverso: sendo ele consumido na mitocôndria, é nela que sua taxa será mais baixa: isso faz com que o oxigênio aflua das outras partes da célula para a mitocôndria.A difusão também ocorre entre o ambiente e a célula. Aqui, evidentemente, existe uma barreira a ser transposta: a membrana plasmática. De modo geral, quanto menor a molécula que deve passar pela membrana, mais rápida é a passagem. Assim as moléculas de oxigênio, de gás carbônico, de água, de açucares simples, íons minerais, aminoácidos, que são de tamanho relativamente pequeno, penetram na célula ou saem dela com certa facilidade. Moléculas maiores, como amido, proteínas e lipídios, normalmente não atravessam a membrana.A digestão é importante nos animais justamente devido a isso, moléculas grandes, como o amido e proteínas, que não penetram nas células, são transformados em moléculas menores, que atravessam a membrana plasmática, podendo então participar do metabolismo celular.Veja no caso do oxigênio e do gás carbônico, há difusão não somente no interior da célula mas também entre a célula e o meio. É fácil entender: o meio celular, por produzir gás carbônico, é mais rico nesse gás do que o ambiente. Estabelece-se um gradiente de concentrações entre as células e ambiente, e o gás sai da célula. O inverso ocorre, evidentemente, com o oxigênio.A difusão é um transporte passivo, repare que em todos os casos de difusão, as moléculas entram na célula ou saem dela sem que esta participe ativamente dessa passagem; são somente os gradientes de concentração que permitem a difusão. Por esse motivo, fala-se que a difusão é um transporte físico, ou passivo.Osmose é uma difusão especial, na difusão através de membranas, sempre falamos de substancias que pudessem atravessá-las livremente, devido ao seu pequeno tamanho molecular. Imaginemos, agora, uma situação em que os poros de certa membrana sejam tão pequenos que deixem passar apenas as moléculas de água, mas não permitam a passagem de soluto. Uma membrana nessas condições pode ser chamada de membrana semipermeável.
Conseqüência da osmose nas células: o fenômeno de osmose, embora puramente físico, influencia sistemas biológicos, como as células. Entre a célula e as soluções em que ela vive acontecem fenômenos osmóticos particularmente quando a célula e seu ambiente têm concentrações de solutos diferentes. Embora a membrana plasmática não seja uma membrana semipermeável perfeita, já que deixa passar também solutos, a velocidade de entrada (ou saída) de água é tão grande durante a osmose que a passagem de soluto, muito menor, perde importância. É neste sentido que a membrana plasmática é considerada semipermeável. Os resultados da osmose em células animais podem ser verificados facilmente se colocarmos uma gota de sangue em três soluções de NaCl, de concentrações diferentes, e observamos as hemáceas ao microscópio:A) Numa solução de concentração igual à do interior das células (NaCl a 0,9%), esta células mantêm o mesmo aspecto de quando se encontram na corrente sanguínea. Aqui, as passagens de água nos dois sentidos são equivalentes, e as hemáceas não lucram nem perdem água. As duas soluções (a do exterior e a do interior das hemáceas), por terem forças osmóticas iguais, são chamadas isotônicas.B) Numa solução mais concentrada que a do interior das células, estas perdem água, diminuindo do volume e ficando com aspecto enrugado. Falamos que a solução externa é hipertônica em relação ao meio interno, isto é, desenvolve uma força de “sucção” osmótica maior.C) Numa solução de concentração menor que a do interior das células, estas ganham água, incham e podem até se romper. Esse processo é chamado de hemólise (hemo=sangue, lise=quebra). Dizemos então que a solução externa é hipertônica em relação ao interior da célula, já que ela exerce uma força de sucção menor.Esta é a importância dos animais manterem seus líquidos biológicos (sangue, linfa, liquido extracelular) em concentrações compatíveis com as de suas células. Quaisquer desvios nessas concentrações podem ocasionar ora desidratação das células, ora entrada de água em excesso. Vários mecanismos mantém nos animais o equilíbrio osmótico entre as células e os líquidos fisiológicos. Por exemplo, excesso de água ou de sais são corrigidos, no homem, através da excreção pelos rins. Aos mecanismos que controlam o equilíbrio osmótico chamamos osmorreguladores.
As trocas de água na célula vegetal – A estrutura da célula vegetal Observe o esquema de célula vegetal proposto a seguir:De fora para dentro, verifica-se a presença de uma espessa parede, a membrana celulósica. Essa membrana é de grande resistência e totalmente permeável, porém as elasticidades são limitadas. A membrana plasmática fica logo abaixo da membrana celulósica. O citoplasma não preenche a célula toda, restringindo-se a uma camada localizada abaixo da parede. Finalmente, nota-se a presença de um grande vacúolo, espaço ocupado por uma solução aquosa de sais, açucares e pigmentos.Na situação de osmose, o conjunto citoplasma+membrana plasmática funciona como membrana semipermeável (lembra-se que a membrana celulósica é totalmente permeável). As trocas de água se dão, dessa forma, entre a solução externa e a solução existente no vacúolo.
As conseqüências da osmose na célula vegetal: imaginemos uma célula vegetal cuja membrana celulósica não esteja sob tensão, flácida, portanto. Essa célula é mergulhada em água de torneira, solução salina muito menos concentrada que a solução vacuolar. Evidentemente, penetra água na célula por osmose. No entanto, à medida que a célula se enche de água suas paredes se distendem por sofrerem a pressão hidrostática da água que esta se acumulando internamente. Repare que quanto mais água houver na célula, maior se torna a pressão contra as paredes.Então, a água tende a entrar na célula por osmose e a sair dela por pressão contra as paredes. Enquanto a tendência para entrar for maior do que a tendência para sair, a célula continua ganhando água. Quando as duas forças se equilibrarem, a célula pára de ganhar água. Dizemos que ela ficou túrgida. Porem a célula para de absorver água, não porque sua concentração se tenha igualado à do meio, mas porque a membrana celulósica, tendo chegado ao limite de distensão, resiste à entrada de maior quantidade de água.
Equação da osmose na célula vegetalVimos que nas células vegetais ocorrem duas pressões que atuam no sentido contrário:Tendência à entrada: a água do meio tende a penetrar na célula, devido à sucção osmótica exercida pelo vacúolo.Tendência à saída: a água da célula tende sair, devido à pressão que exerce sobre a membrana celulósica permeável.Pode-se utilizar, para descrever as duas variáveis desse processo, a seguinte equação: Sc = Si – M, Onde Sc =sucção celular; Si = sucção interna e M = resistência da membrana celulósica.Em outras palavras, a capacidade de a célula ganhar água (sucção celular) depende da sucção osmótica do vacúolo (Si), ou tendência à entrada, da qual se deve descontar a resistência da membrana celulósica (M), que equivale à tendência à saída.Esta equação pode ser expressa assim: D.P.D = P.O. – P.T.,Onde DPD = déficit de pressão de difusão, PO = pressão osmótica e PT = pressão de turgor.
A água e os diferentes aspectos da célula vegetal
Célula flácida: Nessas condições, a quantidade de água no vacúolo é insuficiente para pressionar a membrana celulósica, que permanece “frouxa”.Célula Túrgida: Quando a célula flácida é colocada em água destilada, a água entra na célula e distende a membrana. A membrana distendida tende a impedir o ganho de mais água. A célula se tornou túrgida. Por causa da resistência da membrana celulósica, uma célula vegetal não se romperá como um animal.Célula plasmolisada: Quando a célula flácida é colocada num meio hipertônico, perde tanta água para o meio que seu vacúolo se contrai, arrastando o citoplasma, que se desprende em certos pontos da parede celular. Dizemos que a célula ficou plasmolisada. È claro que esta célula poderá voltar a seu estado inicial se for colocada numa solução hipotônica. Falamos então em deplasmólise.Célula murcha: Em determinadas condições, uma célula vegetal pode perder água, não por osmose e sim por evaporação. O vacúolo se contrai, sendo acompanhado nesta deformação pelo citoplasma e pela membrana celulósica.
Diagrama de Höfler
Este diagrama ilustra muito bem as relações existentes entre o Si da célula, seu M e seu Sc:Este gráfico mostra claramente três situações:Célula flácida: aqui o volume relativo da célula foi fixado arbitrariamente em 1. Repare que o valor de M (resistência da membrana) é igual à zero atmosfera, ou seja, a membrana não oferece resistência nenhuma à entrada de água. Perceba também que Sc = Si. À medida que a célula ganha água, esta claro que seu volume relativo aumenta. M torna-se positivo (agora, a água começa a pressionar a membrana), Si diminui, já que a concentração da solução vacuolar decresce (por ter entrado água), e Sc também diminui.Célula túrgida: a resistência da membrana (M) torna-se máxima e igual a Si (sucção interna). Perceba que Sc, que é resultante de Si e M, fica igual a zero.Célula murcha: por evaporação, o volume relativo é menor que 1. O valor de M se torna negativo. A equação, desta maneira fica assim: Sc = Si -(-M) ou Sc = Si + MDe fato, no gráfico, Sc é maior que Si, no caso da célula murcha.
Difusão facilitada
Em alguns casos, certas substancias que se difundem através da membrana penetram na célula mais depressa do que outras, apesar de terem o mesmo tamanho molecular. Sabemos hoje que existem algumas substancias na membrana plasmática, as proteínas carregadoras, que tem a função de transporte.Esse processo chama-se de difusão facilitada, e é responsável, por exemplo, pela passagem de açucares e aminoácidos. É a difusão, já que as substancias passam do local de maior concentração para o de menor; e é facilitada, porque há moléculas transportadoras que favorecem o processo.As proteínas de transporte são específicas; isto que dizer que existem tipos de transportadores específicos para cada substancia. Elas também mudam de uma célula para outra; isso explica o porquê de células distintas apresentarem permeabilidade diferente em relação a uma mesma substancia.Não se sabe ao certo como funcionam as substancias de transporte. Acredita-se que possam mudar de forma, conforme estejam ligadas ou não àquilo que vai ser transportado. No entanto, pode se afirmar que, na difusão facilitada:
O transporte ocorre de acordo com o gradiente de concentrações, isto é, do lado de maior concentração para o de menor;
Há participação de moléculas carregadoras específicas, normalmente proteínas;
Não ocorre consumo de energia por parte da célula.

O transporte ativo ocorre contra um gradiente de concentração e é mediado por carreadoras, chamadas de bombas. A atividade bombeadora consome energia (ATP).
As proteínas que transportam somente um tipo de soluto são denominadas uniporte, outras depende do transporte de um outro soluto, atuando como carreadores acoplados, que podem ser simportes (transferência do segundo soluto na mesma direção) ou antiporte (transferência do segundo soluto na direção oposta).
Especializações da Membrana
Microvilosidades: são prolongamentos da membrana plasmática que aumentam a superfície de absorção das células, contém um glicocálice desenvolvido e filamentos de actina, que dão sustentação. São encontrados nas células epiteliais do intestino delgado e rim.
Estereocílios: são prolongamentos da superfície celular, não possuem mobilidade, aumentam a superfície de absorção das células, facilitando o transporte de água e moléculas. São encontradas em células epiteliais do epidídimo e ductos do aparelho genital masculino. Estruturas de adesão celular: desmossomos e junções aderentes Estruturas de vedação entre as células: zônula oclusiva Estrutura de comunicação entre as células: junção comunicante

aula 17/02 fisiologia (sinapse)

MECANISMOS DE COMUNICAÇÃO ENTRE OS NEURÔNIOS E DOS NEURÔNIOS COM OS ÓRGÃOS EFETUADORES

Os neurônios estabelecem comunicações entre si por meio de estruturas denominadas sinapses nervosas e a comunicação entre neurônios e as células musculares ocorre através de junção neuromuscular.

As sinapses nervosas podem ser químicas ou elétricas

Sinapse química. Forma de comunicação dos neurônios com outros neurônios ou com as células efetuadoras por meio de mediadores químicos denominados neurotransmissores (NT). Os NT são sintetizados pelos próprios neurônios e armazenados dentro de vesículas. Essas vesículas concentram-se no terminal axônico e quando os impulsos nervosos chegam a esses terminais os NT são liberados por meio de exocitose. A membrana do terminal que libera os NT denomina-se membrana pré-sináptica e a imediatamente vizinha, membrana pós-sinaptica. Entre elas há um espaço em torno de 100-500A chamado fenda sináptica. A interação dos NT com a membrana pós-sinaptica é realizada por meio de receptores protéicos altamente específicos. Além dos NT, os neurônios sintetizam mediadores conhecidos como neuromoduladores cujo efeito é o modular (controlar, regular) a transmissão sináptica.

Sinapse elétrica. Comunicação nervosa que dispensa mediadores químicos; a neurotransmissâo é estabelecida através da passagem direta de íons por meio das junções abertas ou comunicantes (gap junctions). Os canais iônicos ficam acoplados e formas unidades funcionais denominadas conexinas. A transmissão da informação é muito rápida, mas oferece quase nenhuma versatilidade quanto ao controle da neurotransmissão. São particularmente úteis nas vias reflexas rápidas e nas respostas sincrônicas de alguns neurônios do SNC. Durante a fase de desenvolvimento ontogenético do SN humano os neurônios possuem ambos os tipos de sinapses, mas depois predominam as neurotransmissões químicas.


Sinapse química Sinapse elétrica


MECANISMO DA NEUROTRANSMISSÃO QUÍMICA


Liberação dos NT

Com a chegada do PA no terminal (1), os canais de Ca++ voltagem dependentes abrem-se e ocorre a difusão de Ca++ para o interior do terminal (2). O aumento de Ca++ intracelular estimula a exocitose dos NT para a fenda sináptica (3, 4). Os NT ligam-se a receptores da membrana pós-sinaptica (5) e causam mudanças de permeabilidade iônica. O fluxo resultante de íons muda o potencial de membrana pós-sinaptico transitoriamente, causando uma resposta pós-sinaptica.
Os NT por outro lado, são inativados por enzimas específicas (6).



Os NT causam alterações no potencial de membrana

Os NT liberados para a fenda difundem-se até a membrana pós-sináptica e ligam-se, reversivelmente, às moléculas receptoras. Essas moléculas são de natureza protéica e se ligam especificamente ao seu mediador químico promovendo eventos elétricos. Conforme o tipo de NT, a interação causa uma mudança na condutância iônica da membrana pós-sináptica e um fluxo resultante de íons que pode levar à uma despolarização (entrada de cátions) ou hiperpolarizaçâo (saída de cátions ou entrada de anions). Essas respostas elétricas da membrana pós-sináptica são chamadas de potenciais pós-sinápticos e propagam-se passivamente a distâncias bem curtas. O intervalo de tempo que corresponde a liberação do NT até o inicio do potencial sináptico (em torno de 0,5ms) chama-se retardo sináptico. Esse retardo pode variar conforme o tipo de receptor sináptico ativado.


A freqüência dos impulsos nervosos determina a quantidade de NT liberados

Em cada vesícula sináptica há centenas de moléculas de NT. Quando o impulso de um único PA chegar ao terminal, um certo número de vesículas é esvaziado. Se a freqüência dos PA aumentar, proporcionalmente, mais vesículas são liberadas, pois o aumento da atividade nervosa no terminal manterá os canais de Ca++ abertos por mais tempo. Por outro lado, se a freqüência dos PA se mantiver alta por muito tempo, poderá ocorrer falta de vesículas e a neurotransmissâo poderá falhar até que o estoque de NT seja reposto.

A neurotransmissâo química é quântica

A unidade elementar da neurotransmissão química é o efeito causado pelos NT contidos em uma vesícula. Como cada vesícula contém a mesma quantidade de NT, a resposta pós-sinaptica é quântica, ou seja, a amplitude do potencial pós-sinaptico será sempre o múltiplo da resposta causada por uma única vesícula.

Como desativar a neurotransmissão?

Os NT (ou os neuromoduladores) exocitados não podem permanecer ligados aos receptores permanentemente. O sistema de recepção precisa voltar rapidamente ao seu estado de repouso, prontificando-se para receber novas mensagens. Há três maneiras de inativar os mediadores químicos: a) difusão lateral; b) degradação enzimática e c) recaptação pela membrana pré-sináptica via proteínas especificas de transporte (com consumo de ATP) e assistida pelos astrócitos. A acetilcolina é o único NT que não sofre recaptação.


Os neurônios possuem dois tipos de NT

Se o NT causar despolarização na membrana pós-sináptica, o NT e a sinapse são chamados de excitatórios. Mas, se causarem hiperpolarização são chamados de inibitórios. Há vários tipos de NT excitatórios e inibitórios.

O potencial pós-sináptico despolarizante é denominado potencial pós-sináptico excitatório (PEPS) e o hiperpolarizante, potencial pós-sináptico inibitório (PIPS). Os PEPS e PIPS são, portanto, alterações localizadas no potencial de membrana causadas por aberturas de canais iônicos dependentes de NT.

A figura ilustra o efeito do NT excitatório causando uma corrente de despolarização na membrana pós-sináptica (influxo de Na+) e de NT inibitórios, causando uma corrente de hiperpolarização (influxo de Cl-).

Os PEPs e os PIPs são respostas elétricas de baixa voltagem e as respectivas amplitudes dependem da quantidade de NT. Os potenciais pós-sinápticos são eventos elétricos causados pela abertura de canais iônicos NT dependentes cuja amplitude é baixa mas variável. Já os PA são eventos elétricos do tipo tudo-ou-nada (amplitude e duração constantes) causados pela abertura de canais iônicos (Na e K) voltagem dependentes.

OS NT agem sobre dois tipos de receptores pós-sinápticos


Receptores ionotrópicos: possuem sítios de recepção para os NT localizados em um canal iônico com comporta. Quando o NT se liga ao sítio receptor ocorre uma mudança de conformação espacial resultando na abertura (ou fechamento) de poro iônico.

Receptores metabotrópicos: são moléculas que possuem sítios para os NT, mas que não são canais iônicos. A formação do complexo NT-receptor inicia reações bioquímicas que culmina com a abertura indireta dos canais iônicos. Nesse caso o receptor pós-sinaptico ativa uma proteína reguladora chamada proteína G que por sua vez, aciona uma outra proteína chamada efetuadora que efetivamente, poderá mudar a conformação de um canal iônico ou então, ativar uma enzima chave que modifica o metabolismo do neurônio pós-sinaptico. Esses tipos de receptores ativam uma reação em cascata e usam um segundo mensageiro (o primeiro é NT).
Assim, nas sinapses em que os NT agem diretamente sobre receptores ionotrópicos, a neurotransmissâo é bastante rápida e nas sinapses mediadas por receptores metabotrópicos a comunicação é mais demorada.

À esquerda, receptor ionotrópico. Á direita, receptor metabotrópico, mostrando dois sistema da proteína G: ação direta e via 2o mensageiro
A proteína G é uma molécula que fica ancorada na membrana citoplasmática e possui três subunidades (a, b e d). Quando ela está em repouso, a unidade a está ligada a uma molécula de GDP. Quando o NT se liga ao receptor, a proteína G troca a molécula de GDP pelo GTP e a subunidade a desliza-se pela membrana até encontrar uma molécula efetora.
Por exemplo, quando a acetilcolina liberada pelos terminais nervosos se liga ao seu receptor nas fibras musculares cardíacas, a subunidade a age abrindo os canais de K e a sua saída e causa PIPS. A hiperpolarização torna a fibra cardíaca menos excitável e como conseqüência, ocorre a redução na freqüência de batimento do coração. Outro NT, o GABA possui receptores metabotrópicos no SNC que agem de maneira semelhante, causando PIPS também pela abertura de canais de K.

Proteína G e o sistema da adenilciclase

A proteína G pode não só atuar diretamente sobre o canal iônico como também estimular a geração de 2º mensageiros e acionar outras proteínas efetuadoras intracelulares. A adenilciclase é uma das enzimas-chaves que uma vez ativada pela proteína G produz um 2º mensageiro conhecido como cAMP. Conforme a célula-alvo, encontraremos subtipos de proteínas G (Gs, Gi e Go).

O NT Noradrenalina, por exemplo, quando se liga ao receptor do tipo b, ativa o sítio Gs da proteína G. A subunidade b ativa a enzima-chave adenilciclase (AC) que a partir do ATP produzirá o 2o mensageiro, o cAMP. O cAMP tem a função de ativar uma enzima quinase A (PKA) cuja função é a de fosforilar canais de Ca++. A entrada de cátions torna a membrana pós-sináptica mais fácil de ser excitada.
Um outro tipo de receptor da mesma noradrenalina é um tipo a2 que tem efeito antagônico, ou seja, a inibe a AC. A inibição da enzima deixará de produzir cAMP e como conseqüência os canais de K+ que estavam abertos, se fecham.

Podemos concluir que um mesmo NT pode ter receptores diferentes e conforme a sinapse, apresentar efeitos antagônicos.
Coração
Vasos
Proteína G e o sistema da fosfolipase C

Outros receptores metabotrópicos ativam outra enzima chave: a fosfolipase C (PLC) que como a adenilciclase flutua na membrana. A PLC age na membrana fosfolipídica quebrando o inositol fosfolipídio em dois componentes: IP3 (hidrossolúvel) e DAG (lipossolúvel). O DAG ativa a proteína quinase C (PKC) enquanto o IP3 difunde-se para o citosol e abre canais de Ca++ dos reservatórios do retículo endoplasmático. A presença de Ca++ intracelular altera o metabolismo do neurônio pós-sinaptico assim com a condutância iônica, mudando a excitabilidade celular. Este é um dos mecanismos de ação da serotonina.

As células possuem mecanismos para reverter estes efeitos, graças a enzimas que defosforilam as moléculas fosfatadas pelas quinases. São as fosfatases. O efeito sobre os canais iônicos desses NT metabotrópicos dependerá do balanço entre as reações de fosforilação e de defosforilação.


Que vantagens há em usar 2º mensageiros?

A vantagem é que intracelularmente são produzidos muitos mediadores, isto é, amplificação do sinal inicial: os receptores ionotrópicos possuem uma relação de 1 NT: 1 canal iônico. No sistema acoplado à proteína G a relação é de 1NT: muitos canais.
Além disso, possui um efeito mais prolongado e os 2º mensageiros podem enviar sinais para dentro da célula.
O fato de os receptores metabotrópicos demorarem mais tempo para modificar a excitabilidade do neurônio ou, então, por agirem modificando o metabolismo, torna os mediadores químicos que agem nesses receptores agentes moduladores da neurotransmissâo.

MECANISMOS DE INTEGRAÇÃO ELEMENTAR DOS SINAIS NEURAIS


Os PEPS e PIPS são computados algebricamente na membrana pós-sinaptica por somação

Os potenciais pós-sinápticos gerados com a chegada dos NT propagam-se passivamente até a zona de gatilho. Se o PA será gerado ou não, isso dependerá do evento elétrico:
a) se a despolarização atingir um valor crítico (ou limiar) será gerado um PA
b) se a despolarização ultrapassar o potencial critico então mais de um PA será gerado
c) se a despolarização atingir valores menores do que o crítico ou se houver hiperpolarização, não haverá qualquer PA

Somação espacial e temporal
Na superfície da membrana dos dendritos e dos corpos celulares há receptores para NT excitatórios e inibitórios. Isso quer dizer que o neurônio pós-sinaptico gera PEPS e PIPS conforme a sinapse que está em atividade. Então, como o neurônio realiza a análise dos sinais aferentes? Ele realiza uma análise combinatória de potenciais pós-sinápticos denominada somação que pode ser de duas maneiras:

Somação Espacial: somação de potenciais pós-sinápticos causados por diferentes neurônios pré-sinapticos.
Somação Temporal: somação de potenciais pós-sinápticos em rápida sucessão deflagrados pelo mesmo neurônio pré-sináptico.

Os potenciais pós-sinápticos têm a propriedade de se somarem algebricamente modificando a sua intensidade. Assim a somação de três PEPS causados por neurônios distintos ou pelo mesmo neurônio aumenta as chances do potencial de membrana pós-sinaptico atingir o valor limiar. Enquanto os potenciais pós-sinapticos gerados nos dendritos e corpo celular são graduáveis em termos de intensidade, os PA, ao contrário, possuem duração e amplitude fixas. Isso que dizer que nos axônios, a decodificação de intensidade é feita pela modulação na freqüência dos PA. Esses comportamentos elétricos mediante os tipos de NT deixam bem claro que as sinapses químicas funcionam como processadores binários de sinais (despolarização/hipoepolarizaçao) e que na freqüência dos PA está codificada a mensagem resultante da análise. Por isso, um neurônio ao receber os sinais de vários neurônios distintos pode integrá-los por meio de somação e gerar (ou não) uma determinada freqüência de PA como resposta.

Potenciais de placa das junções neuro-musculares

Os motoneurônios são os elementos periféricos do SN motor somático cujos corpos celulares estão localizados na substância cinzenta da medula ou nos núcleos motores dos nervos cranianos. Seus axônios são mielinizados e conduzem os impulsos nervosos em alta velocidade. Os terminais axonicos fazem sinapse com uma região especializada do sarcolema chamada placa motora. A acetilcolina (Ach) é o NT responsável pela estimulação das fibras musculares e a sua liberação para a fenda sináptica ocorre como nas sinapses nervosas. A Ach causa um potencial pós-sináptico excitatório chamado potencial de placa. Como fora da placa motora há canais de Na e K voltagem dependentes, o potencial de placa causará PA ao longo do sarcolema que por sua vez causará a contração da fibra muscular.


Os potenciais pós-sinapticos das sinapses nervosas e das junções neuro-musculares operam com níveis diferentes de segurança

Nas junções neuromusculares, os potenciais de placa são excitatórios e devem ser à prova de falhas: a cada PA do motoneurônio, o terminal axônico deve liberar uma quantidade suficiente de vesículas (em torno de 200) capaz de produzir um potencial de placa suficiente para as fibras musculares se contraírem.
Já nas sinapses nervosas a neurotransmissâo opera de maneira diferente: a quantidade de NT liberada pelas vesículas devido a um único PA não será suficiente para causar um PA no neurônio pós-sináptico: na verdade será necessária a somação espacial e/ou temporal de vários PEPS. Assim, as sinapses nervosas estão sempre em condições de processar previamente os sinais nervosos antes de produzir os sinais (PA) em seus axônios.

Propriedades das comunicações neurais

1) Facilitação. Quando o neurônio estimula o outro com uma freqüência elevada durante um certo intervalo de tempo, a membrana pós-sináptica passa a responder com maior amplitude a cada estímulo isolado. Em outras palavras, ela fica mais fácil de ser despolarizada até o seu limiar (torna-se mais excitável).
2) Fadiga sináptica. Se os estímulos de alta freqüência se prolongarem, a membrana pós-sinaptica apresenta fadiga, resultando na suspensão temporária da transmissão nervosa, devido ao esgotamento do NT e à inativação dos receptores pós-sinapticos.
3) Potenciação pós-tetânica. É uma forma de facilitação sináptica mais prolongada. Logo após a fadiga sináptica, a membrana pós-sinaptica se torna excessivamente sensível à estimulação. Supõe-se que o acúmulo de Ca++ dentro dos terminais pré-sinápticos facilite a liberação dos NT.

4) Potenciação em longo prazo (LTP). A potenciação pós-tetânica decai dentro de poucos minutos, mas em algumas sinapses centrais (como no hipocampo) o processo é mantido por longo tempo e parece estar associada à base da aprendizagem e memória.

5) Condução unidirecional. A condução dos impulsos nervosos através das sinapses se dá apenas unidirecionalmente, dos botões terminais para a membrana pós-sinaptica, nunca em sentido contrário, garantido o fluxo unidirecional das informações. Uma exceção é a ação de do neurotransmissor, NO que age do neurônio pós-sináptico para a o pré-sináptico.

Um neurônio pode regular a excitabilidade de outro neurônio por meio de neurônios inibitórios
Os PIPS causam redução na excitabilidade da membrana pós-sinaptica, pois o potencial de membrana se afasta do potencial limiar. A função do neurônio inibitório é justamente tornar o neurônio pós-sinaptico incapaz de deflagar um PA ou reduzir a freqüência dos PA.
Na figura ao lado, observamos que o neurônio possui dois tipos de sinapses: um excitatório e outro inibitório. Suponha que apenas o neurônio excitatório esteja em atividade (figura de cima). O eletrodo colocado no dendrito acusa um PEPS e no soma observamos a propagação eletrotônica da despolarização. Já na figura de baixo, entra em ação a sinapse inibitória. Repare que o soma já não manifesta qualquer resposta excitatória, indicando a total incapacidade de gerar PA. A grande maioria dos canais iônicos dependentes de NT inibitórios é permeável aos íons Cl-. No SNC o principal NT inibitório é o GABA.

Neurônio
Inibitório
Neurônio
Excitatório
PEPS

PIPS
PEPS

Zona de Gatilho do PA

Dendritos e Corpo Celular: local de integração dos potenciais pós sinápticos de baixa voltagem e graduados
Zona de Gatilho: conforme o resultado da somação algébrica dos potenciais pós-sinapticos haverá ou não geração dos PA. A freqüência dos PA será determinada pela amplitude do PEPS.
PROCESSAMENTO DE SINAIS ELÉTRICOS
A relação dos NT excitatórios e inibitórios com suas respectivas famílias de receptores sugerem uma ampla flexibilidade no processo de análise e processamento da informação nervosa. Agora veremos que os arranjos arquitetônicos dos circuitos nervosos também propiciam sistemas de controle da informação.
No SNC, as sinapses mais comuns são do tipo axo-somática ou axo-dendrítica. Há, porém, mais raramente, a ocorrência de sinapses axo-axônicas, dendro-dendríticas, somato-somáticas, somato-dendríticas e somato-axônicas.

Apesar de incomum, o circuito nervoso mais simples possível seria o de um neurônio sensitivo e um neurônio motor, cujo estímulo no primeiro provocaria uma resposta no segundo. Entende-se por circuito neural o arranjo sináptico entre mais de dois neurônios. Um arco reflexo é um circuito que pode ter no mínimo um neurônio sensorial, um neurônio motor e o órgão efetuador. Neste caso, este circuito é denominado arco reflexo monossináptico, pois envolve uma única sinapse entre o neurônio sensorial e o neurônio motor. Mas o mais comum é encontrar circuitos polissinápticos, com a participação de não só um único interneurônio, mas vários que ficam interpostos entre os neurônios sensoriais e os motoneurônios.
Em vários circuitos, os contatos sinápticos são estáveis e precisos com alto grau de reconhecimento celular, mas em outros, ocorrem rearranjos dramáticos e não raro, são eliminados. Ao longo do desenvolvimento, os circuitos são passiveis de serem modificados com o uso.
Os circuitos neurais podem ser cadeias de neurônios abertas ou fechadas.

Tipos de circuitos abertos

Circuito convergente: arranjo no qual vários neurônios convergem para um único neurônio. Repare que este neurônio constitui uma via final comum de vários impulsos nervosos que podem chegar de diferentes regiões do SNC. Nos circuitos divergentes os neurônios estão arranjados de tal modo que uma célula pode redistribuir a informação para vários neurônios situados em diferentes locais do sistema nervoso.


Tipos de circuitos fechados

Circuitos neuronais como vemos na figura ao lado, propiciam a recorrência ou reverberação do impulso nervoso, auto-reforçando a propagação do impulso excitatório na cadeia. Denominamos este tipo de circuito de feedback positivo ou facilitatório. Assim, a informação é reverberada por um certo tempo que depende do número e tipos de associação dos componentes da cadeia.
Entretanto, a presença de um neurônio inibitório neste tipo de circuito, ao contrário, autocontrola o nível de excitabilidade da própria cadeia: quanto maior o nível de excitação, maior vai ser o de inibição e o circuito é denominado de feedback negativo inibitório.


Circuito inibitório lateral

No caso do arranjo de duas cadeias paralelas de neurônios excitatórios, uma poderá influenciar a outra através de um neurônio inibitório lateral. Este circuito é conhecido como inibição lateral.
Se houver um outro neurônio inibitório influenciando o neurônio inibitório do circuito anterior, o primeiro inibiria o efeito inibitório do segundo, liberando o circuito excitatório. Neste caso temos um circuito desinibitório.
Baseado numa forma binária de processamento de sinal (excitação/inibição) e infinitas possibilidades arquitetônicas na organização dos circuitos neurais um processamento nervoso progressivamente cada vez mais complexo é possível. Em outras palavras, quanto maior o numero de neurônios em um circuito maior será o grau de complexidade no processamento da informação.

Zona de descarga e Orla Sublimiar

A
B
1
2
3
4
5Veja o circuito neuronal ao lado: suponha a estimulação apenas do neurônio A. Este é eficaz para causar PA no neurônio 1 mas só consegue causar PEPS sublimiares nos neurônios 2, 3 e 4. O mesmo acontece com a estimulação do neurônio B. Se ambos, A e B forem estimulados simultaneamente, além dos neurônios 1 e 5, a somação espacial facilitará os neurônios 2, 3 e 4 que também serão disparados. Denomina-se zona de descarga, o conjunto de neurônios que dispara em resposta ao estimulo limiar, no caso corresponde aos neurônios 1 e 5; já os neurônios 2, 3 e 4 corresponde à orla sublimiar.

Células marcapasso

No sistema nervoso, existem células que manifestam atividade elétrica espontânea. Uns descarregam-se ritmicamente e outros ao acaso. As células nervosas que regulam o ciclo respiratório possuem tais propriedades.

NEUROTRANSMISSORES E NEUROMODULADORES

Um NT tem como características típicas:
1. ser sintetizado pelos neurônios pré-sinápticos;
2. ser armazenado dentro de vesículas e armazenados nos terminais axonicos;
3. ser exocitado para a fenda sináptica com a chegada do PA;
4. possuir receptores pós-sinápticos cuja ativação causa potenciais pós-sináptico (excitatórios ou inibitórios);
5. uma vez purificado, mimetizar os mesmos efeitos fisiológicos.

Geralmente, um neurônio produz apenas um tipo de NT, excitatório ou inibitório. Não raro, entretanto, ele pode sintetizar e secretar dois tipos de mediadores químicos: um NT e outro neuromodulador. Esse último tem a função de regular o nível de excitabilidade da membrana pós-sinaptica.

Os NTs são sintetizados no próprio terminal, mas os neuromoduladores peptídicos são fabricados no corpo celular e armazenados em grânulos secretores que são transportados até o terminal. A ação dos neuromoduladores não é tipicamente a de causar potenciais de ação, mas de controlar ou regular o grau de excitabilidade da membrana pós-sinaptica, facilitando ou dificultando a deflagração dos PA nas zonas de gatilho.
Já vimos que os NT são inativados eficazmente pela combinação de vários mecanismos:
a) difusão: os NT difundem-se para fora da sinapse.
b) inativação química por enzimas específicas presentes na sinapse.
c) captação pré-sináptica.
d) recaptação pelas células gliais (astrócitos).


CLASSES DE NEUROTRANSMISSORES E OS MECANISMOS DE AÇÃO

Vimos que os NT apresentam dois tipos de efeitos na membrana pós-sináptica: os excitatórios que causam despolarização e os inibitórios, hiperpolarizaçâo. Tanto um efeito quanto outro pode ser causado não só por um tipo exclusivo de NT, mas por vários tipos diferentes. Além disso, um mesmo NT possui não só um tipo de receptor pós-sináptico, mas vários subtipos. Todas essas características da neurotransmissâo química conferem às sinapses nervosas, uma enorme diversidade e plasticidade.

Biossíntese dos Neurotransmissores

Os NT são dos seguintes tipos químicos: aminoácidos, aminas, purinas, peptídeos e gases (Veja a lista de alguns NT na tabela).


Neurotransmissores
Neuromoduladores
Aminoácidos
Aminas
Purinas
Peptideos
Gases
Acido gama-amino-butirico (GABA)
Acetilcolina (ACh)
Adenosina
Gastrina, CCK
NO
Glutamato (Glu)
Adrenalina ou Epinefrina
ATP
Vasopressina, ocitocina
CO
Glicina (Gli)
Dopamina

Insulina

Aspartato (Asp)
Noradrenalina
Norepinefrina

Neuropetideo opioide


Serotonina (5HT)

Secretina, glucagon, VIP


Substancia P, Substancia K

Os NT são sintetizados a partir dos sistemas enzimáticos presentes nos terminais axônicos ou no corpo celular. Os aminoácidos, por exemplo, são sintetizados em todas as células a partir da glicose ou de proteínas decompostas. A única exceção é o GABA que é sintetizado a partir do glutamato por determinados neurônios. As aminas são todas sintetizadas no terminal sendo que a acetilcolina é sintetizada a partir da colina; a serotonina, a partir do triptofano e as catecolaminas (dopamina, adrenalina e noradrenalina), a partir da tirosina. Conhecer os passos da síntese dos NT é especialmente importante já que muitas doenças neurológicas e psiquiátricas estão associadas com falhas na síntese de NT. Por exemplo, os distúrbios na síntese de serotonina e noradrenalina causam quadros de depressão profunda.
É interessante observar que muitas outras células sintetizam essas substâncias que chamamos de NT; mas os neurônios são especialistas em armazenar e concentrar tais substâncias ou os seus percussores dentro de vesículas. Os neuromoduladores peptídicos são todos sintetizados no reticulo endoplasmático rugoso e armazenados em granulos secretores.

Princípios de Neurofarmacologia
Nosso organismo está exposto a várias substâncias tóxicas: venenos de origem animal ou vegetal metais pesados (mercúrio, chumbo e cromo) e a um monte de drogas sintéticas (fármacos).
Várias substâncias são neurotóxicas e afetam especificamente a neurotransmissâo. O conhecimento básico de alguns princípios de neurofarmacologia nos serão muito úteis.
As substâncias exógenas que se ligam especificamente a um determinado receptor mimetizando fielmente os efeitos do NT natural são conhecidos como agonistas. Quando o contrário acontece, isto é quando o efeito natural é bloqueado, chamamos essas drogas de antagonistas.
Já vimos que um mesmo NT pode ter muitos subtipos de receptores pós-sinapticos. Por exemplo, a ACh possui dois subtipos: os receptores nicotínicos e os muscarínicos. Os receptores nicotínicos são ionotrópicos, são estimulados somente pela nicotina e estão presentes somente nas placas motoras das fibras musculares esqueléticas; já os receptores muscarínicos são metabotrópicos, são estimulados exclusivamente pela muscarina e estão restritos às fibras musculares lisas e cardíacas. Além da ação das drogas agonistas, esses receptores possuem também antagonistas específicos: o curare bloqueia apenas os receptores nicotínicos e a atropina, os receptores muscarinicos. Essas propriedades não deixam dúvidas de que os receptores colinérgicos são farmacológica e molecularmente diferentes. Isso pode tornar a compreensão da neurotransmissâo um pouco mais complicada, mas, por outro lado, quer dizer que se torna possível fabricar medicamentos bastante específicos que agem ou coração ou nas fibras musculares esqueléticas.
A tabela abaixo resume alguns subtipos de receptores e os respectivos NT:
Neurotransmissor

Receptor
Agonistas
Antagonistas
Ach
Muscarínico
Nicotínico
Muscarina
Nicotina
Atropina
Curare
Noradrenalina
Receptor a
Receptor b
Fenilefrina
Isoproterenol
Fenoxibenzoamina
Propanolol
Glutamato
AMPA
NMDA
AMPA
NMDA
CNQX
AP5
GABA
GABAA
GABAB
Muscimol
Baclofen
Bicuculina
Faclofen


ACETILCOLINA
Acetil CoA
Transportador
de colina
AChE
Colina +
Acetato
Colina
ACh
Transportador
de ACh
Receptor
pós-sinapticoA Ach é um NT clássico e o primeiro a ser descoberto. Atua como mediador de várias sinapses nervosas centrais e periféricas.
Os neurônios colinérgicos possuem a enzima-chave a acetilcolina transferase que transfere um grupo acetil do acetil-CoA à colina. O neurônio também sintetiza a enzima acetilcolinesterase (AchE) que é secretada para a fenda sináptica e degrada o NT em colina e ácido acético. A colina é recaptada e reutilizada para síntese de novos NT.
Venenos como o gás dos nervos e os inseticidas organofosforados inibem a ação da AchE. Esse efeito leva a uma exacerbação da atividade parassimpática e da atividade colinérgica sobre a musculatura esquelética.
ACETILCOLINA
Receptores nicotínicos
Receptores muscarinicos
Tipo
Ionotrópico
Metabotrópico
Mecanismo de ação
Abrem canais de Na
Via proteína G; abrindo canais de K+.
Subtipos

M1, M2, M3, M4 e M5
Agonistas
Nicotina
Muscarina
Antagonistas
Curare
Atropina
Distribuição
Placa motora; SNC
SNA parassimpático


CATECOLAMINAS OU AMINAS BIOGÊNICAS

O aminoácido tirosina é o precursor de três NTs que possuem o grupo catecol: noradrenalina, adrenalina e dopamina conhecidas como catecolaminas. Sofrem recaptação na membrana pré-sináptica e são enzimaticamente degradadas pela MAO (monoaminooxidades) no terminal pré-sináptico. Muitas drogas interferem com a sua recaptação prolongando a presença do NT na fenda como a anfetamina e a cocaína.




ADRENALINA
NORADRENALINA
Receptores a
Receptores b
Tipo
Metabotrópico
Metabotrópico
Mecanismo de ação
Proteína G; ­ cAMP
Abrem canais de Ca
Proteína G; Proteína G; ¯ cAMP
Fecham canais de K+
Subtipos
a1, a2
b1, b2
Agonsitas
Fenilefrina
Isoprotereno
l
Antagonistas
Fenoxibenzoamina

Propanolol

DOPAMINA
Receptores
Tipo
Metabotrópico
Mecanismo de ação
Proteína G; ­ cAMP Abrem canais de Ca++
Subtipos
D1, D2, D3, D4 e D5
Agonistas

Antagonistas

SEROTONINA
Não é uma catecolamina, pois é uma amina sem o grupo catecol. É sintetizada a partir do aminoácido essencial triptofano.
Os neurônios serotonérgicos centrais parecem estar envolvidos na regulação da temperatura, percepção sensorial, na indução do sono e na regulação dos níveis de humor.
Como as catecolaminas são recaptadas pela membrana pré-sináptica e degradadas pela MAO.
Drogas que atuam bloqueando a sua recaptação como fluoxetina (Prozac) são utilizados nos tratamentos antidepressivos.


SEROTONINA


Tipo
Ionotrópico
Metabotrópico
Mecanismo de ação
Canais iônicos
Proteína G; cAMP
Subtipos
5HT3
5 HT1A, 5 HT1B , 5 HT1C , 5 HT1D, 5HT2, e 5HT4
Agonsitas


Antagonistas


AMINOÁCIDOS (glutamato, aspartato, gaba, glicina)

Glutamato e Aspartato

Mais da metade dos neurônios do SNC utiliza o Glutamato (Glu) e Aspartato (Asp), principais NT excitatórios do SNC sendo que o Glu responde por 75% da atividade despolarizante. Os receptores para o Glu são do tipo:

O Glu possui quatro tipos de receptores, sendo três deles ionotrópicos:
AMPA: canal iônico para cátions (Na) produzindo despolarização rápida
Kainato: parecido com o AMPA
NMDA: canais para dois cátions (Na e Ca) produzindo despolarização lenta e persistente.

Os receptores do tipo NMDA são bastante complexos. O Glu liga-se a receptores NMDA, mas precisa de outro NT chamado Glicina para abrir o canal. Mesmo aberto, o interior do canal está obstruído por íons Mg++ o que impede a entrada de Ca++. Como o canal AMPA é mais rápido, a entrada de cations por essa via despolariza a membrana repelindo os íons Mg++ dos canais NMDA. Finalmente, torna-se possível a entrada de Na+ e de Ca++. Em outras palavras, a ação despolarizante que o Glutamato depende de uma despolarização previa e de dois NT.
O Ca++ desempenha importante papel como 2º mensageiro.


GLUTAMATO
Receptores NMDA
Receptores Ñ-NMDA
Receptores Kainato
Tipo
ionotrópico (rápido)
ionotrópico (lento)
Metabotrópico
Mecanismo de ação
Abrem canais de Ca, Na e K

Abrem canais de Na e K

?
Agonistas
NMDA
AMPA
KAINATO
Antagonistas
AP5
CNQX

?
GABA, GLICINA

O ácido g-aminobutírico (GABA) é um aminoácido que não entra na síntese de proteínas e só está presente nos neurônios gabaégicos. É o principal NT inibitório do SNC. Os receptores são de dois subtipos:
GABAA: Ionotópicos que abrem canais de Cl- e hiperpolarizam a membrana.
GABAB Metabotópicos que estão acoplados a proteína G e aumentam a condutância para os íons K+, hiperpolarizando a membrana.

As drogas conhecidas como tranqüilizantes benzodiazepínicos (ansiolíticos) estimulam estes receptores, aumentando o nível de inibição do SNC e são utilizadas nos tratamentos da ansiedade e da convulsão.
Já os barbituricos têm o mesmo efeito, agindo em outro sitio de ligação; são tão potentes que são utilizados como anestésicos gerais.

A Glicina é um NT inibitório que aumenta a condutância para o Cl- na membrana pós-sináptica dos neurônios espinhais. A sua presença é essencial para que os receptores NMDA funcionem.
A bactéria Clostridium entra no organismo por lesões de pele tais como cortes, arranhaduras, mordidas de animais e causa o tétano. A bactéria possui toxinas que agem competitivamente sobre os receptores de glicina, removendo a sua ação inibidora sobre os neurônios motores do tronco encefálico e da medula espinhal. São os sintomas: rigidez muscular em todo o corpo, principalmente no pescoço, dificuldade para abrir a boca (trismo) e engolir, riso sardônico produzido por espasmos dos músculos da face. A contratura muscular pode atingir os músculos respiratórios.
A estricnina é um veneno alcalóide de sementes de Strichnos nux vomica que antagonizam os efeitos da Gli, causando convulsão e morte.

Outros mediadores da neurotransmissâo
ATP
Em adição às aminas e aminoácidos, outras moléculas menores podem servir como mensageiros. Entre eles está o ATP, molécula chave do metabolismo: ele está concentrado em muitas sinapses do SNC e do SNP e é liberado na fenda dependente de cálcio. Parece abrir canais catiônicos na membrana pós-sinaptica

Peptídeos Neuroativos
Também conhecidos como neuropeptídeos, são sintetizados e liberados em baixa quantidade. Foram identificados ao menos 25 que atuam modulando atividades nervosas. A ação neuromoduladora consiste em influenciar uma neurotransmissâo clássica, alterando pré-sinapticamente a quantidade de NT liberada em resposta a um potencial de ação ou pós-sinapticamente, alterando a sua resposta a um NT. Geralmente os neuropeptídeos são co-liberados juntamente com os NT clássicos, mas em vesículas separadas (vesículas secretoras).
Substância P: um polipeptídio que se encontra em quantidade apreciável no intestino, e participa como importante mediador de reflexos gastrointestinais. É também sintetizado por neurônios aferentes primários influenciando a sensibilidade dolorosa.
Peptídeos Opióides: os seus receptores são estimulados por substancias opióides como a morfina. A encefalina é encontrada nos terminais nervosos do trato gastrintestinal e modulam a sensibilidades dolorosa, agindo sobre os canais de Ca++ voltagem-dependentes. Há pelo menos 5 subtipos de receptores opiáceos: g, m, k, s, e e m que diferem entre si quanto às propriedades farmacológicas e distribuição.

Oxido nítrico (NO) e monóxido de carbono (CO): ambos são moléculas gasosas pequenas e que são sintetizadas enzimas especificas presentes em alguns neurônios. A síntese desses gases geralmente nas sinapses excitatórias, especialmente mediadas pelo glutamato, através de receptores do tipo NMDA. Como são voláteis não são armazenados em vesículas e se difundem facialmente. Essas moléculas agem pós e pré-sinapticamente; neste ultimo caso, age facilitando a neurotransmissâo por retro-alimentaçâo positiva.

aula 17/02 fisiologia (sistema nervoso)

ORGANIZAÇÃO E FUNÇÕES GERAIS DO SISTEMA NERVOSO


O plano de organização do sistema nervoso (e de outras partes do corpo) dos animais é determinado pelo patrimônio genético da espécie. Quanto mais distante é o grau de parentesco filogenético entre as espécies, maior será a diversidade em torno do plano de organização morfo-funcional do sistema nervoso (SN). Compare o sistema nervoso de duas espécies de vertebrados (um mamífero e um anfíbio). Note como os dois sistemas parecem ser muito diferentes. No entanto, ambos possuem um padrão básico e comum de organização, ou seja, possuem estruturas homólogas como o encéfalo, a medula e os nervos. Os mamíferos surgiram bem depois dos anfíbios mas, ao longo da evolução dos vertebrados a medula tendeu a ser conservada e o encéfalo, por sua vez, sofreu consideráveis mudanças especialmente aumento de tamanho.


As referências anatômicas e topográficas são extremantes úteis para conhecermos a sua organização do sistema nervoso. Nos animais de simetria bilateral, podemos fazer amplas generalizações. Imagine uma linha longitudinal passando bem no centro do corpo de um rato: a direção que aponta o nariz é denominada anterior ou rostral e a que aponta para a cauda, posterior ou caudal. Uma linha perpendicular apontando para as costas do rato indica a porção dorsal e para a barriga, a porção ventral. O ser humano, mesmo tendo herdado a postura bípede conservou a simetria bilateral e longitudinal do corpo, sendo que denominamos as estruturas da porção mais rostral de superior e da parte mais caudal, de inferior.
As estruturas anatômicas que estão perto da linha longitudinal média são chamadas mediais (ou proximais) e as mais afastadas laterais (ou distais). Estruturas que estão no mesmo lado são referidas como ipsilaterais (ou homolaterais) e, em lados opostos, de contralaterais. Para compreendermos a organização interna do corpo é muito útil, cortar um órgão em fatias ou secções. Usualmente três planos são utilizados: o sagital, o coronal e o transverso.


ORGANIZAÇAO GERAL SISTEMA NERVOSO

O SN é constituído de duas partes: Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP). O SNC está protegido por um arcabouço ósseo: o encéfalo que é a porção mais superior está encerrado dentro do crânio e a medula, mais inferior, alongada e cilíndrica fica dentro da coluna vertebral. Os nervos cranianos e espinhais emergem dos forames ósseos.
O encéfalo é subdividido em três estruturas anatômicas: o cérebro (telencéfalo e o diencéfalo), cerebelo e o tronco encefálico. O tronco encefálico está situado entre a medula e o diencéfalo e é subdividido, no sentido rosto-caudal, em mesencéfalo, ponte e bulbo. O SNP é formado pelos nervos espinhais e cranianos, gânglios, terminais sensitivos e motores cujas fibras nervosas, respectivamente, colhem informações sensoriais para o SNC e a partir deste, enviam mensagens aos órgãos efetuadores.
ENCÉFALO
MEDULA
CÉREBRO
CEREBELO
TRONCO ENCEFÁLICO
Diencefalo (Talamo, Hipotálamo,)
Mesencefálo
Ponte
Bulbo
Telencéfalo (Hemisférios Cerebrais, Núcleos Basais)
SNC
SOMÁTICAS (Músculos esqueléticos)
SNP
SOMÁTICAS (Somestesia)
VISCERAIS (Sentido visceral)
FIBRAS
AFERENTES
(Sensitivas)
FIBRAS
EFERENTES
(Motoras)
VISCERAIS (Músculos lisos, cardíacos e glândulas)

SISTEMA NERVOSO CENTRAL

MEDULA ESPINHAL: É funcionalmente um conduíte de informações que se originam da pele, articulações e dos músculos para o cérebro e vice-versa. Na medula estão situados circuitos básicos de integração sensorial e motora denominados arcos reflexos. Lesões na medula causam perda de percepção da sensibilidade e paralisia muscular das regiões inervadas por nervos situados abaixo da lesão: os músculos continuam a funcionar, mas não podem mais ser controlados pelo cérebro.
TRONCO ENCEFÁLICO: Trata-se de uma haste em que o cérebro e o cerebelo se apóiam; possui uma complexa rede de neurônios que em parte servem de estações de retransmissão do cérebro para o cerebelo e medula e vice-versa.
CÉREBRO: é porção anterior e principal do encéfalo que é formada de dois hemisferios; de um modo geral, o cérebro direito recebe informações sensoriais e controla os movimentos do lado esquerdo do corpo e o mesmo acontece em relação ao cérebro direito.
CEREBELO (que significa pequeno cérebro) também possui dois hemisférios: está relacionado primariamente com a motricidade possuindo extensas conexões com o cérebro e a medula. Ao contrário do cérebro, cada hemisfério está mais relacionado com o mesmo lado do corpo.


Organização Geral da Medula

A medula tem a forma de um cilindro com uma coluna central de substância cinzenta em forma de H envolta por uma massa de substancia branca. A substância branca corresponde a feixes de axônios mielinizados que trafegam ascendente e descendentemente integrando funcionalmente a medula e o encéfalo. A substância cinzenta é formada por corpos de neurônios e fibras axonais sem de mielina e está funcionalmente organizada em áreas sensoriais, associativas e motoras. Na substância cinzenta estão os circuitos de neurônios que processam os sinais nervosos.
A substância branca da medula também apresenta organização funcional de modo que as fibras descendentes e ascendentes trafegam em colunas distintas (tratos, funículos) veiculando informações relacionadas.
Divisão da Substancia Cinzenta Divisão Funcional

Organização Geral do Tronco Encefálico

No tronco encefálico além de substância branca há os núcleos motores sensoriais e motores dos nervos cranianos e muitos outros núcleos integrativos, incluindo a formação reticular.

Organização Geral do Tronco Encefálico


O tronco encefálico é formado pelo bulbo, ponte e mesencéfalo. À semelhança da medula possui também uma massa cinzenta interiorizada envolvida pela substância branca. O bulbo segue o padrão básico de organização da medula, mas na ponte e no mesencéfalo a massa cinzenta fragmenta-se em vários núcleos dispersos. No tronco estão os núcleos sensoriais e motores dos nervos cranianos (10 dos 12 pares), assim como, os núcleos associativos circunscritos e difusos como a formação reticular. É um importante sítio de controle das funções vitais como respiração, estado de consciência, ciclo sono-vigilia, controle cárdio-vascular, etc. Apesar de ser bastante primitivo sob o ponto de vista da evolução, é o mais importante. Se houver lesões no cérebro ou cerebelo é possível sobreviver, mas no tronco, são fatais.

Organização geral do cerebelo e do cérebro


O cérebro é formado pelo telencéfalo e o diencéfalo. Os dois hemisférios encefálicos estão separados pela fissura sagital. O cérebro está recoberto superficialmente pela córtex cerebral que é bastante invaginada (formando os sulcos e giros) e, mais profundamente, em meio à massa branca, apresenta uma grande massa de núcleos denominados núcleos da base. A superfície cortical é subdividida em lobos conforme a relação topográfica com os ossos do crânio (lobos frontal, parietal, occipital, temporal) e apresenta áreas especificamente associadas a determinadas funções sensoriais, motoras ou associativas como na medula e no tronco. A integridade funcional do córtex é essencial para a realização de funções conscientes e associativas complexas. No cérebro (e também no cerebelo) a principal formação de substância cinzenta fica por fora, ao contrário da medula e do tronco encefálico.

O cerebelo, como o cérebro, apresenta uma córtex cerebelar bastante invaginada (formando lóbulos e folhas) que envolve um centro de substância branca onde estão profundamente situados os núcleos cerebelares. Mas difere muito da função cerebral, pois sempre trabalha em nível involuntário e inconsciente e com desempenho exclusivamente motor.


SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

A medula e o encéfalo comunicam-se com resto do corpo, respectivamente, através dos nervos espinhais e dos nervos cranianos. Todos os elementos nervosos localizados fora do SNC pertencem ao que coletivamente denominamos Sistema Nervoso Periférico (SNP), sendo este funcionalmente dividido em somático e visceral.
Nervos são cordões esbranquiçados que contem fibras nervosas e são reforçados por tecido conjuntivo. Cada fibra nervosa (axônio) possui um envoltório denominado endoneuro e o conjunto de fibras nervosas forma o fascículo que é envolvido pelo perineuro. Todos os fascículos nervosos são envolvidos pelo epineuro que é ricamente vascularizado.
À medida que um nervo se distancia de sua origem, isto é do SNC, os fascículos abandonam o nervo e penetram no território de inervação tornando-se finos. Imediatamente no local de inervação, tanto as terminações sensitivas como as motoras perdem os envoltórios.



Nervos espinhais

Da medula emergem 31 pares de nervos que inervam o tronco, os membros e partes da cabeça sendo 8 pares de nervos cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 par coccígeo.
Um nervo espinhal é formado pela união das raízes dorsais sensitivas e raízes ventrais motoras. Cada nervo espinhal é funcionalmente misto contendo fibras sensoriais e motoras. A
união das raízes ventrais e sensoriais de um mesmo segmento é denominada de tronco do nervo espinhal.
Junto às raízes dorsais estão os gânglios sensitivos em cuja formação anatômica estão os corpos dos neurônios sensitivos periféricos. Para cada nervo espinhal há um gânglio da raiz dorsal. Já os corpos celulares dos neurônios motores somáticos e viscerais estão localizados dentro da medula.

Trajeto dos nervos espinhais

O tronco do nervo espinhal deixa a medula pelo forame intervertebral e se divide em um ramo dorsal e um ventral. Os ramos dorsais inervam a pele e os músculos da região dorsal do tronco, da nuca e da região occipital. Os ramos ventrais seguem para a região da musculatura, pele, ossos e vasos dos membros assim como para a região ântero-lateral do pescoço e tronco. Os ramos ventrais dos nervos torácicos (nervos intercostais) não perdem a metameria mesmo no individuo adulto e são chamados de unissegmentares. Entretanto, os ramos ventrais dos demais nervos formam uma intrincada rede de fibras nervosas denominada plexo antes de chegar aos respectivos territórios de inervação. Os nervos originados desses plexos são então chamados plurissegmentares, possuindo origem em vários segmentos da medula. Há quatro plexos: cervical, braquial, lombar e o sacral. Compare o nervo mediano que é de origem plurissegmentar e um nervo intercostal que é unissegmentar.


Nervo intercostal é unissegmentar
Nervo mediano é plurissegmentar


Dermátomo

O território de inervação cutânea por fibras de uma única raiz dorsal é chamado dermátomo e recebe o nome da raiz correspondente. Conhecer a topografia dos dermátomos é muito importante, pois auxilia na localização de lesões radiculares ou medulares. No embrião, a representação dos dermátomos sucede a mesma seqüência das raízes; no adulto, com o crescimento dos membros anteriores e superiores a disposição dos dermátomos torna-se bastante irregular. O nervo mediano que é plurissegmentar tem fibras sensitivas correspondentes em vários dermátomos (C6, C7, C8 e parte de T1).


Relação Metamérica entre a Medula e a Coluna Vertebral

Se prestarmos bem a atenção na figura acima, verificamos que a medula termina ao nível da 2ª vértebra lombar, isto é, ela é mais curta do que a coluna vertebral. Como os nervos espinhais mantêm a relação metamérica com os elementos vertebrais, os nervos que vão emergir nos forames correspondentes formam um feixe de fibras denominado cauda eqüina. Isso acontece porque a coluna cresce mais do que a medula. Esse conhecimento é muito importante, pois as lesões na cauda eqüina (SNP) apresentam sinais e sintomas diferentes das lesões nos segmentos medulares correspondentes (SNC).

Unidades Funcionais dos Nervos Espinhais

Todos os nervos espinhais possuem os seguintes tipos de fibras nervosas:
1) Fibras aferentes: estão ligadas a receptores sensoriais e conduzem os impulsos nervosos da periferia para a medula. Entre as fibras aferentes distinguimos as fibras aferentes viscerais cujos impulsos nervosos originam-se de receptores situados em órgãos viscerais e fibras aferentes somática, cujos receptores estão situados nos músculos esqueléticos, pele, etc.

2) Fibras eferentes: conduzem os impulsos nervosos da medula para os órgãos efetuadores. Essas fibras são também de dois tipos: as fibras eferentes somáticas que inervam a musculatura esquelética e as fibras eferentes viscerais (ou autonômicas) que inervam a musculatura lisa, cardíaca ou glândulas. Repare que os órgãos viscerais são inervados por uma cadeia de dois neurônios (neurônios pré e pós ganglionares) e os músculos esqueléticos por um único neurônio (neurônio motor somático).

Unidade motora, unidade sensitiva e os respectivos terminais


Unidade motora refere-se ao neurônio motor somático e às fibras musculares por ele inervadas. Um músculo esquelético possui de algumas dezenas a milhares de fibras musculares e como cada neurônio motor inerva uma determinada quantidade de fibras musculares significa que um mesmo músculo possui muitas unidades motoras.
Ao se aproximar do território de inervação, o axônio subdivide-se e termina em vários botões, cujo destino final são regiões especializadas das fibras musculares chamadas placas motoras. Nesse ponto ocorre e a comunicação neuro-muscular.


Unidade Sensitiva refere-se ao neurônio sensitivo e ao conjunto de receptores sensoriais associados a esse neurônio. Receptores sensoriais são estruturas nervosas especializadas em detectar e decodificar os estímulos físicos e químicos do ambiente. Graças à existência de vários tipos de receptores e de vias sensoriais especificas é que podemos perceber diferentes aspectos do meio ambiente (enxergar, cheirar, degustar, tatear, ouvir, etc.)


Nervos Cranianos

Além dos nervos espinhais, há 12 pares de nervos cranianos que inervam principalmente a cabeça. Os nervos cranianos são muito peculiares quanto ao seu padrão de organização morfo-funcional: há nervos estritamente sensoriais e motores bem como os mistos. Do tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo), emergem 10 pares de nervos cranianos; os nervos ópticos (I) e olfatórios (II) ligam-se diretamente ao telencéfalo e ao diencéfalo, respectivamente.

Devemos tecer algumas considerações embriológicas antes de identificar os tipos de fibras nervosas que formam os nervos cranianos. A musculatura estriada tem duas origens:
§ Músculos estriados miotômicos (a maioria) derivaram-se dos miótomos de somitos e constituem a maioria das fibras musculares esqueléticas (músculo estriado miotômico).
§ Músculos estriados branquioméricos derivados do mesoderma e que estão associados aos arcos branquiais. Como estão associados às funções viscerais são chamados de músculos viscerais especiais (ou músculo estriado branquiomérico) para se diferenciar da musculatura visceral geral (lisa e cardíaca).

Disto resultou uma nomenclatura especifica para os componentes funcionais dos nervos cranianos.

Nervos eferentes (motores)
1) Fibras eferentes somáticas (músculo estriado miotômico)
2) Fibras eferentes viscerais gerais (músculo liso, cardíaco e glândulas)
3) Fibras eferentes viscerais especiais (músculo estriado branquiomérico)
Nervos aferentes (sensitivos)
4) Fibras aferentes somáticas gerais
5) Fibras aferentes viscerais gerais
6) Fibras aferentes somáticas especiais
7) Fibras aferentes viscerais especiais


Os nervos cranianos recebem um número e um nome; a tabela abaixo resume esses dados e as principais funções. Note que há nervos mistos assim como nervos exclusivamente sensoriais ou motores.
No
Nome do nervo
Emergência
Principal função
I
Olfatório
Telencefalo
Sentido especial (Olfação)
II
Optico
Diencefalo
Sentido especial (Visão)
III
Oculo-motor
Mesencefalo
Motricidade somática
IV
Trocelar
Mesencefalo
Motricidade somática
V
Trigêmeo
Ponte
Sensibilidade somática e motricidade somática
VI
Abducente
Bulbo/ponte
Motricidade somática
VII
Facial
Bulbo/ponte
Motricidade somática e sentido especial (gustação)
VIII
Acústico-vestibular
Bulbo
Sentido especial (Audição/Equilíbrio)
IX
Glossofaríngeo
Bulbo
Sensibilidade somática e motricidade somática
X
Vago
Bulbo
Sensibilidade visceral e motricidade visceral
XI
Acessório
Bulbo e medula
Motricidade somática
XII
Hipoglosso
Bulbo
Motricidade somática
Quais são os nervos cranianos associados aos músculos branquioméricos ?
1o arco branquial (V par)
Musculatura da mastigação e ventre anterior do digástrico
2o arco branquial (VII par)
Musculatura mímica e ventre posterior do digástrico
3o arco branquial (IX par)
M. estilo-faringeo e constritor superior da faringe
4o e 5o arcos branquiais (X par)
Esfíncter médio e inferior da faringe e músculo da faringe


AFERENTES
(Sensitivos)
EFERENTES
(Motores)
Somáticos
Viscerais

Somáticos (Músculos estriados)
Viscerais gerais (musc lisa e cardíaca, glândulas)
Gerais (Somestesia)
Especiais (Visão, Audição e Equilíbrio)

Gerais
Especiais (Olfação e Gustação)

NERVOS CRANIANOS
AFERENTES
(Sensitivos)
EFERENTES
(Motores)
Somáticos
Viscerais
Somáticos (Músculos estriados)
Viscerais especiais (branquioméricos)
Viscerais gerais (musc lisa e cardíaca, glândulas)
NERVOS ESPINHAIS

Neurônios

O tecido nervoso é formado basicamente por dois tipos de células: os neurônios e as células gliais (=gliócitos). O neurônio é a unidade funcional do sistema nervoso e os gliócitos constituem unidades de sustentação, revestimento, modulação da atividade nervosa e de defesa. Cada neurônio do SN é uma unidade sinalizadora capaz de gerar e conduzir eletricidade e possui morfologia adaptada para recepção, transmissão e processamento de sinais. Apesar de muito variados na forma, os neurônios apresentam um corpo celular (soma) e extensões protoplasmáticas (neuritos) denominados dendritos e axônio. Os dendritos são curtos, mas profusamente arborizados (e com isso aumentando significativamente a sua superfície) e o axônio é único e longo servindo de condutor dos impulsos nervosos para outros neurônios.
O axônio (ou fibra nervosa) é cilíndrico e varia de comprimento e diâmetro. Pode se ramificar emitindo ramos colaterais de mesmo calibre. Em seu interior há um complexo sistema de transporte anterógrado e retrógrado formado por microtúbulos, microfilamentos e neurofilamentos. No órgão de destino, o axônio ramifica-se formando os telodendros ou botões sinápticos.
Os neurônios comunicam-se com outros neurônios (e com as células efetuadoras) através sinapses. Assim, por meio do longo axônio, um neurônio da córtex cerebral pode-se comunicar com um outro da medula ou do tronco encefálico que ficam bem distantes. A classificação dos neurônios é baseada na morfologia dos dendritos e dos axônios conforme ilustra a figura abaixo.

Os neurônios comunicam-se entre si formando uma rede que chamamos de circuito nervoso. Nesse circuito identificamos um neurônio sensorial que detecta as informações do meio ambiente, um ou mais neurônios associativos que processam os sinais nervosos que situam-se dentro do SNC e os neurônios motores que comandam as funções dos órgãos efetuadores. Conforme a complexidade do circuito podem ocorrer milhares de neurônios associativos entre os neurônios sensoriais e motores que elaboram os comandos nervosos.
.
CÉLULAS GLIAIS

Tanto no SNC como no SNP, os neurônios se relacionam com os gliócitos. Na verdade o tecido glial é mais abundante estabelecendo uma relação de 1 neurônio para cada 10 a 50 gliócitos. No SNC a neuroglia é formada de vários tipos de células: astrócitos, oligodendrócitos, microgliócitos e as células ependimárias que se encontram entre os neurônios.

Astrócitos: são abundantes e possuem inúmeros prolongamentos que lembram uma estrela. Os astrócitos formam pés vasculares que se apóiam sobre os capilares vasculares e seus prolongamentos estão em intimo contato com os dendritos, corpos neuronais e axônios e de maneira especial envolvem as sinapses. Assim funcionam como elementos de sustentação como os tecidos conjuntivos e isolam os neurônios. Controlam o meio extracelular com relação a concentração de K+, mantendo-os em baixa concentração em relação ao citoplasma dos neurônios. Servem de armazenamento de glicogênio (polímeros de glicose) para o metabolismo energético dos neurônios que são incapazes de utilizar outras fontes, além da glicose. Quando os neurônios são lesionados, os astrócitos se multiplicam, internalizam os restos degenerados e ocupam o sitio, cicatrizando-o.

Oligodendrócitos: menores que os astrócitos possuem poucos prolongamentos. Há os oligodendrócitos satélites que situados juntos ao pericário e dendritos e os oligodendrócitos fasciculares, junto à fibras nervosas e são os responsáveis pela formação da bainha de mielina dos axônios centrais, contribuindo com a formação da substância branca. Os neurônios que estão associados com este tipo de célula são denominados neurônios mielinizados enquanto os outros neurônios amielinizados. Macroscopicamente, podem identificar duas áreas contendo basicamente fibras mielínicas e neuroglia denominada, substância branca e uma outra, onde estão concentrados os corpos neuronais, neurônios amielínicos e neuroglia, substancia cinzenta.

Microgliócitos: são alongadas e pequenas e estão presentes tanto na substancia branca como cinzenta e funcionam como elementos fagocitários, porém são de origem mesodérmica, mais especificamente dos monócitos. Aumentam em casos de injúria e inflamação, pelo recrutamento de monócitos originários da corrente sangüínea.

Células ependimárias: são remanescentes do epitélio embrionário e revestem as paredes dos ventrículos cerebrais, aqueduto e do canal central da medula vertebral. Nos ventrículos cerebrais, um tipo diferenciado de células ependimárias recobre tufos de tecidos conjuntivos, ricos em capilares sanguíneos que se projetam da pia-máter e formam os plexos corióideos, responsáveis pela formação do liquido cérebro-espinhal ou líquor.


Fibras nervosas com e sem bainha de mielina

No SNP os gliócitos conhecidos como células de Schwann circundam os axônios motores e sensitivos e os envolvem com duas bainhas uma de mielina e mais o neurilema (membrana basal). As duas bainhas se interrompem a intervalos regulares formando os nodos de Ranvier e cada porção entre estes nodos é denominada internódulo. A bainha é rica em fosfolipídios e proteínas. As propriedades da bainha serão detalhadamente estudadas mais tarde, mas podemos adiantar que tem como principal função aumentar a velocidade de condução dos impulsos nervosos. Nos terminais axônicos a bainha desaparece, mas o neurilema é mantido até a arborização axonal. Quando as fibras são traumatizadas, as células de Schwann participam com a sua regeneração, proporcionando um arcabouço para orientar o crescimento axonal. Secretam fatores tróficos que são transportados anterogradamente e estimulam os corpos neuronais no processo de regeneração.
A presença de mielina não é uma regra: muitas fibras periféricas NÃO possuem mielina e são denominadas fibras nervosas amielínicas como os neurônios pós-ganglionares do SNA simpático e algumas fibras sensitivas que mediam a dor. Continuam, contudo, envoltas por células de Schwann que lhes fornece o neurilema.
No SNC, os oligodendrócitos não fornecem neurilema e talvez essa característica esteja associada a dificuldade de regeneração celular. Neste caso, os oligodendrocitos estão associados a vários neurônios. A sua presença é facilmente reconhecida na medula e no encéfalo pela formação denominada substancia branca.


Glossário de termos anatômicos

Substancia Branca: regiões da medula e do encéfalo ocupadas por fibras com axônios mielinizados.
Substancia Cinzenta: regiões da medula e do encéfalo ocupadas por uma assembléia de corpos neuronais, fibras nervosas sem mielina e neuroglia.
Núcleos (p.e. núcleos da base, núcleo do trato solitário, núcleo vestibular, etc.): agrupamento de corpos neuronais funcionalmente relacionados.
Córtex constitui a substancia cinzenta disposta numa fina camada que recobre o cérebro e o cerebelo.
Gânglios (p.e. gânglios sensitivos, gânglios autonômicos): agrupamento de corpos neuronais fora do SNC
Formação Reticular: formação anatômica de neurônios de maneira bem difusa. Seus axônios são longos e projetam-se rostralmente para o cérebro e caudalmente para a medula.
Substância: grupo de neurônios relacionados, menos distintos do que os núcleos (p.e. substância negra, substância gelatinosa). Locus: terminologia para um bem definido e restrito grupo de neurônios (locus coeruleus).
Enquanto os feixes de axônios do SNP são denominados de nervo, na substancia branca do SNC, a coleções de fibras mielinizadas recebem outras denominações:
Tratos e fascículos (tratos mais densos), lemniscos (feixe que se parece uma fita e conduz impulsos nervosos para o tálamo); decussassâo (formação anatômica cujas fibras cruzam obliquamente a linha média e que tem a mesma direção). São também denominados feixes, que são coleções de fibras que caminham juntos e não necessariamente, tem a mesma origem e destino. Já uma comissura é uma coleção de axônios que conecta perpendicularmente a linha média e tem direções diametralmente opostas e cápsula, uma coleção de axônios que conecta o cérebro e o tronco encefálico.