terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

aula 17/02 Sinapese continuação)

SINAPSE

É a junção entre a terminação pré-sináptica de um axônio e a membrana pós-sináptica. Na sinapse essas membranas são separadas por um pequeno espaço chamado de fenda sináptica. Nas terminações pré-sinápticas há grande quantidade de vesículas sinápticas que liberam um neurotransmissor em resposta a um potencial de ação.

Há dois tipos de sinapse:
Elétrica: a condução do potencial é feita através do fluxo passivo da corrente do neurônio pré-sináptico para a célula pós-sinaptica. Não há liberação de neurotransmissor e o impulso se dá em qualquer direção.

Química: ocorre através da liberação de substância química ( neurotransmissor ) pelo neurônio pré-sináptico, o que desencadeia o fluxo da corrente na célula pós-sináptica.

As sinapses são classificadas em axodendríticas ( entre o dendrito e o axônio ), axossomáticas ( entre o axônio e o soma ), axoaxônica ( entre dois axônios ), dendrodendrítica ( entre dois dendrítos ) e somatodendrítica.


Células da glia ou de sustentação.
Os corpos celulares neurais e seus axônios são cercados por células da glia. Estas dão sustentação aos neurônios que são extremamente frágeis.

Existem três tipos básicos de células da glia: células ependimárias, microgliais e macrogliais.

As células microgliais são fagócitos derivados de macrófagos, que removem os detritos derivados de lesões, infecções ou doenças do S.N.C.. No tecido normal, não patológico do S.N.C., a distinção entre a micróglias e as outras células é difícil. Quando ativa como fagócitos, as células da micróglia se intumescem e passam a ser chamadas de células gradeadas.

As células macrogliais são de quatro tipos: astrócitos e oligodendrócitos, no S.N.C., e células de Schwann e capsulares no S.N.P.

Astrócitos – são responsáveis pelo revestimento especial e impermeável dos capilares e vênulas cerebrais que cria uma barreira hematoencefálica que impede o acesso de substâncias indesejáveis ao cérebro. Esta célula tem participação importante na manutenção do balanço eletrolítico do S.N.C., produz fatores neurotróficos necessários à sobrevida neuronal além de remover determinados transmissores das fendas sinápticas. Os astrócitos formam cicatrizes após lesões no S.N.C. e são células muito suscetíveis a formação de neoplasias.

Oligodendrócitos – são responsáveis pela formação e manutenção da bainha de mielina no S.N.C.. Os prolongamentos oligodendrogilais revestem os axônios formando uma bainha que é uma complexa fusão das membranas destes prolongamentos. Os segmentos formados pelos prolongamentos dos oligodendrócitos são ineternodos, ou segmentos internodais e os espaços entre estes são os nodos de Ranvier. Estes são segmentos sem revestimento dos axônios que são essenciais para a condução saltatória do potencial de ação. Uma vez mielinizado o axônio, internodos não são mais adicionados, e sim há um crescimento dos internodos já existentes que acompanham o crescimento do axônio.

Células de Schwann – corresponde ao oligodendrócito no S.N.P.. Durante a formação da bainha de mielina, a célula de Schwann primeiro recobre o axônio, depois espirala ao seu redor, por muitas vezes, formando múltiplas camadas. Como esta célula só mieliniza em pequenos segmentos do axônio, são necessárias várias células para a mielinização de todo o axônio. Entre as células de Schwann há nodos de Ranvier assim como no S.N.C.. Essas células são também muito importantes na regeneração de axônios lesados. As células de Schwann distais à lesão proliferam e formam um tubo que orienta os brotamentos em crescimento da extremidade proximal do axônio para as estruturas inervadas por ele. Esta regeneração só ocorre no S.N.P. já que o S.N.C não possui as células de Schwann.

Células capsulares – são células de Schwann modificadas que circundam os corpos celulares neuronais nos gânglios sensitivos e autonômicos. Essas células possuem uma forma achatada e separam as células ganglionares do tecido conjuntivo não neuronal e das estruturas vasculares do gânglio.

Células ependimárias – formam o epitélio cubóide simples que reveste as cavidades ventriculares do encéfalo e o canal central da medula espinhal. Essas células não estão muito aderidas entre si e permitem a livre circulação de grandes moléculas entre o líquor e o espaço ependimário.

Plexo coróide.

Durante o desenvolvimento do S.N., a camada de epêndima entra em contato com as meninges, extremamente vascularizadas, formando a tela coróide presente no teto do 3º e do 4º ventrículo e ao longo da fissura coróide nos ventrículos laterais. As células da camada ependimária se diferenciam num epitélio secretor que em conjunto com os vasos sanguíneos meníngeos formam o plexo coróide.


Revestimento dos nervos periféricos.
Os nervos periféricos são revestidos por mais três bainhas além da de mielina. A mais externa é o epineuro ( uma bainha espessa de tecido rico em fibras colágenas que recobrem todo o nervo ). O perineuro é um tecido conjuntivo que divide as fibras dos nervos em fascículos. Elementos do tecido conjuntivo formam um conjunto frouxo que envolvem os axônios individualmente, formando o endoneuro.


Lesão e reparo.

Quando uma lesão causa degeneração de todo o neurônio, a célula é perdida, nunca sendo reposta. O neurônio como um todo reage ao trauma. Os prolongamentos lesados e seccionados se degeneram. O corpo celular sofre alterações se preparando para a regenerão caso esta seja possível. O soma sofre cromatólise, uma tumefação do pericário, com dispersão dos corpúsculos de Nissl. As alterações que ocorrem distalmente à área lesada são ditas anterógradas. As alterações proximais à lesão são ditas retrógradas. Um neurônio também degenera se no curso de seu desenvolvimento deixa de estabelecer sua conexõa adequada. É a chamada degeneração transneuronal.

Durante a fase da regeneração muitos brotos emergem do tronco proximal do axônio, cada um com seu cone de crescimento. Esses brotos logo cruzam o espaço entre o tronco proximal do axônio e a matriz de tecido conjuntivo da bainha neural distal. As células de Schwann atuam como guias desses brotos. Um destes atingirá o alvo, estabelecendo conexão funcional, enquanto os outros degeneram.

No S.N.C., os axônios não se regeneram. Em parte, isso é explicado pelo impedimento físico da cicatriz glial formada pelos astrócitos fibrosos. Há também algumas suspeitas de que as células gliais não têm um fator estimulador do crescimento axonal presente nas células de Schwann. As células gliais também poderiam possuir um fator inibidor do crescimento.

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